Como se leva uma estrela para o céu?

"O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente." (Fernando Pessoa) Tal como o poeta, também eu finjo, imagino, invento e crio com as minhas palavras...

quinta-feira, fevereiro 9

Amanheceu...

Amanheceu. Ouço os sinos da igreja lá ao longe, enquanto a chuva martela os estores do meu quarto, convidando-me a ficar na cama nesta triste manhã de Inverno. Sei no entanto que tal não é possível e, ainda ensonada, saio de debaixo das cobertas e ponho os pés nus no chão de pedra gelada. Com um arrepio a percorrer-me o corpo, levanto-me e passo a meia hora seguinte a preparar-me para sair e enfrentar o chuvoso dia. Ao ir tomar o pequeno-almoço nem olho pela janela, com medo que a visão da rua molhada me faça mudar de ideias quando eu não posso dar-me a esse luxo. A vida é assim, finge sempre que temos a hipótese de escolher, que temos essa opção, mas se não fizermos exactamente o que é esperado que façamos, então aí arcamos com as consequências mais graves dos nossos actos, mesmo que eles sejam tão inofensivos como ficar na cama numa manhã de Inverno.

2 Comments:

  • At 21/2/06 19:24, Blogger T. said…

    "A vida é assim, finge sempre que temos a hipótese de escolher" yep é mm isso é irrita tt!!

    =D**

     
  • At 18/3/06 23:03, Blogger J. said…

    E eu k fikei tts manhãs d inverno na cama...

     

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