Como se leva uma estrela para o céu?

"O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente." (Fernando Pessoa) Tal como o poeta, também eu finjo, imagino, invento e crio com as minhas palavras...

quarta-feira, junho 20

Palavras...

Palavras… bonitas palavras que aquecem o coração, soltam as borboletas do estômago e fazem brilhar os olhos. Palavras que nos fazem sonhar com dias felizes, momentos de amor e cumplicidade. Palavras que representam a promessa de não repetir os mesmos erros, de fazer as coisas diferentes e tornar mais forte a ligação que nos une… Palavras que, mais que elas próprias, simbolizam momentos, pessoas, emoções… são recordações na distância e visões do futuro por vir. Aconchegam a alma e fazem-nos acreditar que não voltaremos a sofrer. Palavras sinceras, vindas do coração, ditas com carinho e intenção de serem cumpridas…
Mas, no fim do dia, são apenas palavras, levadas pelo vento e perdidas num recanto esquecido no baú poeirento da memória. Palavras facilmente ignoradas, rapidamente apagadas, que só ficam a doer, gravadas a fogo e sangue, na alma de quem as sentiu na pele… O suave sabor a amoras ainda no ar, agora esmagado pela mágoa de promessas não cumpridas e intenções esquecidas… Palavras ditas e não ditas que se afogam nas lágrimas salgadas e se perdem num tempo que não volta…

Porque no fundo, são só palavras...

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