Perdida...
Sentou-se num dos bancos que ficavam defronte do rio, um livro aberto no seu colo, os olhos perdidos na imensidão cinzenta à sua frente. Do outro lado das águas turvas, a margem sul, com os seus campos e estradas, prédios e pessoas com as suas vidas, completamente ignorantes da existência daquela rapariga de olhos postos no rio…
O Sol escondera-se por detrás de nuvens escuras e o vento frio e cortante revolteava-lhe os caracóis negros e fustigava-lhe as roupas. Não se importava. Com uma clareza desconcertante, achava que o dia se adequava ao seu estado de espírito… nublado, triste e sombrio…
Baixou o olhar e tentou concentrar-se no livro que trouxera, mas as letras bailavam à sua frente sem que as compreendesse e depressa a sua atenção voou para longe. Sentia-se inquieta, vazia e cheia ao mesmo tempo, completamente incompleta… Perdera algo algures no caminho e não conseguia perceber o quê. Teria sido o seu sorriso? Não se conseguia sequer lembrar se alguma vez o tivera. Mesmo assim, deambulara em busca dele e chegara àquele banco sem saber muito bem como… Talvez fosse o destino a trazê-la ali, a fazê-la olhar para o outro lado do rio e a deixar o espaço ao seu lado livre… Talvez se ficasse muito quieta e esperasse, pacientemente… talvez… alguém viesse ocupar o banco ao seu lado e lhe trouxesse o sorriso de volta. Talvez aí o Sol voltasse a brilhar e ela já não se sentisse tão perdida...
O Sol escondera-se por detrás de nuvens escuras e o vento frio e cortante revolteava-lhe os caracóis negros e fustigava-lhe as roupas. Não se importava. Com uma clareza desconcertante, achava que o dia se adequava ao seu estado de espírito… nublado, triste e sombrio…
Baixou o olhar e tentou concentrar-se no livro que trouxera, mas as letras bailavam à sua frente sem que as compreendesse e depressa a sua atenção voou para longe. Sentia-se inquieta, vazia e cheia ao mesmo tempo, completamente incompleta… Perdera algo algures no caminho e não conseguia perceber o quê. Teria sido o seu sorriso? Não se conseguia sequer lembrar se alguma vez o tivera. Mesmo assim, deambulara em busca dele e chegara àquele banco sem saber muito bem como… Talvez fosse o destino a trazê-la ali, a fazê-la olhar para o outro lado do rio e a deixar o espaço ao seu lado livre… Talvez se ficasse muito quieta e esperasse, pacientemente… talvez… alguém viesse ocupar o banco ao seu lado e lhe trouxesse o sorriso de volta. Talvez aí o Sol voltasse a brilhar e ela já não se sentisse tão perdida...
5 Comments:
At 31/3/07 17:45, Luís Carlos Martins said…
Quando o vazio se apodera de nós, de forma impiedosamente certeira, nada melhor que ter um outro horizonte para olhar, para reflectir, para pensar... para nos preencher!
E apesar da intensidade com que esses momentos são agoniantemente vividos, de certa forma são necessários, para que nos encontremos e para que a redescoberta de nós mesmos seja mais uma etapa para a Felicidade!
Adorei o teu texto Madrinha!!
Só tive pena de não poder fechar os olhos enquanto o lia, para imaginar melhor este "episódio"
Beijinho grande
Luís Martins
At 1/4/07 01:57, Fátima said…
minha linda o teu banco nao esta vazio, a madrinha e um vaivem mas quer/se sentar ao pe de ti...
saudades...
{o meu pc anda atrofiado e nao mete os acentos certos{ ******
At 1/4/07 23:56, J. said…
esperançoso...
o q m apetecia ler...
At 2/4/07 19:09, T. said…
e às vezes o vento frio impede-nos de pensar.
A dor é passageira. A felicidade pode ser sempre recuperada..nem que seja em memórias. =D
sentava-m ao teu lado, mas o teu olhar ia deambular na mesma...e a única coisa que poderia fazer era ajudar-te a procurar...e faria-o com gosto. =)
At 4/4/07 15:23, fairy dust said…
deste lado da margem estamos cá sempre todos para nos sentar ao frio ao teu lado...
E do outro está Azeitão =P
adorei o post Xaninha! És uma talentosa =)
Enviar um comentário
<< Home