Como se leva uma estrela para o céu?

"O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente." (Fernando Pessoa) Tal como o poeta, também eu finjo, imagino, invento e crio com as minhas palavras...

quinta-feira, janeiro 31

Vida de Estudante...

É meia-noite e meia de um dia perdido algures no meio da semana. As luzes fluorescentes da estação do metro ferem-me os olhos enquanto espero. Tenho uma dor de cabeça do tamanho do mundo e parece que tenho o mundo dentro da cabeça — resultados de quem passou os últimos dias a tentar decorar (e compreender) a matéria para o exame de hoje. E a matéria que tentei enfiar à força cá dentro não era nem metade da matéria programada para a disciplina…

O stress da época dos exames é avassalador! Calhamaços para estudar, textos para serem lidos para ontem, trabalhos para fazer sob a pressão do tempo que não perdoa e que corre veloz, cada vez mais veloz, nesta altura do ano.

“Tiveram o resto do ano para estudar”, dizem os professores. E têm razão. Só que, por vezes, é difícil conciliar tudo. Para além dos trabalhos e dos livros e dos apontamentos (e do possível part-time e das actividades extra-curriculares, que ficam tão bem no currículo de um aluno finalista), há também toda uma vida pessoal para gerir. Sim, também temos vida pessoal, embora os professores tenham tendência para se esquecer desse pequeno pormenor! Os nossos dias de trabalho chegam a durar mais de oito horas… Por isso, quando ao fim do dia me apetece ler um livro ou ver um filme, em vez de ir estudar aquela matéria de que não gosto nada, faço-o. Se não descansar a mente de vez em quando dou em doida! Se isso já quase acontece mesmo assim…

A verdade é que, neste tempo fugaz em que vivemos, alguma coisa tem de ficar para trás… E quando os professores agem como se a sua disciplina fosse a única que nós temos, aí as coisas tornam-se mais complicadas. Dizem que Bolonha veio trazer um contributo positivo ao ensino superior. Até hoje ainda não vi nada. Só o aumento da carga horária e o prolongamento das aulas dentro do período de exames e possivelmente outras coisas que em nada beneficiam a saúde física e mental do estudante… Neste momento, graças à minha monumental dor de cabeça, não me lembro de mais nenhuma…

O mais engraçado de tudo, é que eu adoro a vida de estudante e concordo com aqueles que dizem que estes são os melhores anos da nossa vida! Mas, nestes dias em que o cansaço pesa, o cérebro desliga e até o corpo se ressente, eu só penso em férias… E elas parecem-me tão distantes ainda!

O metro vem lá, finalmente. Vou para casa. Amanhã é mais um dia.