Como se leva uma estrela para o céu?

"O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente." (Fernando Pessoa) Tal como o poeta, também eu finjo, imagino, invento e crio com as minhas palavras...

sexta-feira, janeiro 12

Apetecia-me fugir daqui! Fugir para bem longe, para um lugar onde não houvesse relógios, prazos, trabalhos e responsabilidades… Um daqueles sítios mágicos em que cada momento vale aquilo que vale, numa sucessão ininterrupta de emoções e pensamentos.

Queria fugir, mas queria levar-te comigo! Nesse lugar intemporal seríamos apenas um do outro, sem que terceiros requeressem constantemente a nossa atenção… Como seria bom, passar manhãs inteiras na tua companhia, ainda na cama a ouvir a chuva bater com força nos vidros das janelas, passar as solarengas tardes a preguiçar, enquanto me depositas beijos lânguidos na pele quente do Sol, passar as intermináveis noites a passear num mundo de sonhos, sentindo a Lua acariciar o nosso enlevo de amantes… Olhos fechados e mãos dadas numa viagem alucinante num tempo e espaço só nosso e de mais ninguém!

E quando finalmente os dias tivessem quarenta e oito horas e os prazos se estirassem até ao infinito, suavizando as responsabilidades e os trabalhos, então voltaríamos à realidade… apenas para um dia fugirmos de novo.