Férias

Lisboa já me fala com sotaque, sinto que chegou a hora de partir…

Não vou para não mais voltar, pois esta cidade que é a minha encanta-me com tudo o que tem para me oferecer, em cada esquina uma novidade, em cada olhar uma surpresa… Assim, vou agora para que o regresso, daqui a dois meses, seja ainda mais saboroso e desejado.
De momento, isolo-me do stress citadino para umas férias à beira mar passadas. O blog fica em repouso, tal qual um pousio. Quando eu regressar, a fervilhar de ideias e de energia renovada, volto a trabalhar nele, a cultivá-lo de modo a que cresça sempre um pouco mais…

Resta-me apenas desejar umas boas férias a todos…

Até breve.

Onde estás tu?

Onde estás tu? Onde posso eu voltar a encontrar-te? Espero por ti na estação, enquanto olho para o caderno pautado que tenho no colo. Está vazio, faltas-me tu. Onde está o teu riso tão silencioso e ao mesmo tempo tão quente?
A estação está cheia, mas mesmo assim tenho frio. As pessoas andam, falam e riem, o mundo gira à minha volta, mas eu permaneço quieta, à tua espera.
O comboio chega. Eu entro e sento-me de costas para o mundo, de frente para ti. Chegaste tarde, pensei que não viesses hoje, nem amanhã, nem nunca mais.
As folhas pautadas brancas ficam preenchidas por manchas azuis escuras, cor da noite sem estrelas.
De repente o comboio pára. As portas abrem-se, as pessoas entram e tu sais. Foste-te embora cedo, pensei que não voltasses a ir, nem hoje, nem amanhã, nem nunca mais.
Sei que estás magoada, por te terem roubado de mim como me roubaram a outra parte do meu coração.
Agora sento-me à espera de ti e enquanto o tempo passa eu pergunto-te vezes sem fim: “Onde estás tu? Por onde anda a minha inspiração?”

Borboletas...

Tu dizias que o Verão só chegava quando visses a primeira borboleta branca bater as asas, esvoaçando na tua frente, passando fugazmente pela tua vida. Dizias que o Sol brilhava com mais força nesse momento, que o céu se iluminava, que o calor apertava e tu sabias, instintivamente, que a estação tinha mudado. Para ti não interessavam solstícios nem equinócios, tu só querias saber de borboletas…
Tu dizias e eu escutava, embevecida, as tuas palavras encantadas que me faziam acreditar em magia. E quando um dia quis apanhar uma borboleta para guardar o Verão sempre comigo, tu disseste que era impossível, que as borboletas são como o tempo, rápidas e fugidias, e que não as podemos capturar, mas apenas apreciar o momento em que passam a voar pelas nossas vidas…
Tu foste a minha borboleta que tantas vezes me trouxe o Verão, mas que um dia me fugiu para sempre. No entanto, hoje vi uma nova borboleta branca e percebi que o Verão tinha chegado novamente…